Acupuntura, uma aliada de outras especialidades médicas

Matérias Por Conexão Médicos - 29/05/24

Técnica da milenar medicina chinesa agrega benefícios a pacientes ao complementar
tratamentos da medicina alopática ocidental. Resultados vêm sendo comprovados em
um número crescente de estudos científicos.

Reconhecida desde 1995 pelo Conselho Federal de Medicina como uma especialidade médica, a acupuntura integra o leque de Práticas Integrativas e Complementares derivadas de conhecimentos tradicionais, agregando pontos positivos aos tratamentos da medicina ocidental. Seus procedimentos e eficácia são validados a partir de critérios científicos, o que tem contribuído para derrubar as barreiras de preconceito e a visão de que se trata de uma prática esotérica.

Originada na China há mais de 5 mil anos, a acupuntura se baseia na aplicação de pequenas agulhas em pontos do corpo distribuídos aos longo dos meridianos (eixos por onde circula a energia vital, associados a órgãos e sistemas importantes do organismo). A estimulação dos pontos por meio das agulhas visa equilibrar os fluxos de energia que transitam nos meridianos, auxiliando no tratamento de doenças e restabelecimento do bem-estar. 

Segundo o Dr. Vicente Caroci Ruiz, acupunturista credenciado da rede Amil, a acupuntura é recomendada como recurso terapêutico complementar para diversos tipos de problemas de saúde física e mental, entre eles:

  • Dores de cabeça, nas costas, ombros, articulações etc., inclusive em pacientes no pós-operatório. É uma opção particularmente importante para pessoas que não podem tomar anti-inflamatórios;
  • Distúrbios do sono e emocionais, como depressão e ansiedade;
  • Problemas gastrointestinais (constipação e diarreia);
  • Problemas ortopédicos, renais ou gástricos crônicos, sobretudo no caso de pacientes que não podem mais usar certas classes de medicamentos.

Os benefícios da acupuntura também podem ser explorados em pacientes pediátricos, como crianças hiperativas ou com enurese. Nesse caso, as agulhas são substituídas por sementes ou cristais colocados em pontos reflexológicos, como os da região da orelha, fazendo pressão sobre eles.

“A acupuntura jamais concorre com outras especialidades. Ela as complementa”, diz o Dr. Vicente, que em sua rotina atua com uma abordagem de mão dupla, traduzindo conhecimentos expressos pela linguagem da medicina milenar chinesa para a linguagem da medicina científica alopática ocidental e vice-versa. “Quando recebo um paciente com enxaqueca ou cefaleia, por exemplo, peço primeiro para ele ter um diagnóstico para identificar eventuais causas físicas e para me certificar de que o problema não está associado a causas como tumores ou aneurismas”, explica ele, que recebe muitos pacientes indicados por colegas de outras especialidades.

A partir dos princípios da medicina chinesa, o Dr. Vicente adota uma abordagem holística, que visa contemplar a saúde do paciente para além da investigação e do tratamento de sintomas físicos. “A linguagem da medicina tradicional chinesa aborda também as emoções e seus efeitos sobre o corpo, como raiva reprimida, frustração, ódio, tristeza e decepções. São aspectos que podem desencadear sintomas, principalmente no sistema digestivo”, afirma ele.

A acupuntura é contraindicada para indivíduos com distúrbio grave de coagulação. No mais, ela é cada vez mais utilizada e reconhecida como uma aliada de médicos das mais diversas especialidades no cuidado de seus pacientes. 

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