Crescem os casos de catarata associados às antigas cirurgias para correção da miopia

Matérias Por Conexão Médicos - 28/02/24

A literatura médica confirma o que os oftalmologistas já vêm observando nos últimos anos a partir da sua prática médica: o crescimento do número de casos de catarata associados a cicatrizes provocadas por antigas cirurgias realizadas para correção de miopia. “Tornou-se comum pacientes operados há 30 anos retornarem ao consultório, agora com diagnóstico de catarata”, conta o Dr. Virgilio Centurion, oftalmologista do Instituto de Moléstias Oculares, credenciado da rede Amil. O procedimento original em questão é a ceratotomia radial, técnica cirúrgica largamente utilizada para o tratamento de miopia até os anos 90, substituída pela cirurgia a laser. 

“A maioria desses pacientes teve correção da miopia e ficou muito satisfeita com os resultados. Mas, com o decorrer dos anos, muitos desenvolveram catarata e também ficaram hipermétropes (hipermetropia) e presbitas (presbiopia)”, complementa o Dr. Virgilio, destacando que o problema de catarata associada aos vícios de refração têm algumas soluções. 

No entanto, segundo ele, pacientes com catarata e córneas com cicatrizes de ceratotomia radial devem ser bem orientados em relação aos procedimentos disponíveis e informados sobre possíveis limites dos tratamentos e resultados.

No caso da correção da presbiopia, a técnica cirúrgica atual (com lentes lios trifocais) é contraindicada por apresentar acentuada degradação da visão, além de poder desencadear intenso glare (a entrada exagerada de luminosidade nos olhos). “O foco deve ser a melhor acuidade visual sem correção para longe, o que se consegue com lentes lio monofocal asférica”, afirma o Dr. Virgilio. Já na tentativa de melhorar a acuidade visual para perto, pode-se recorrer à técnica da monovisão unilateral. “O objetivo é realizar a cirurgia sem manipulação da córnea”, explica ele. “Em geral, os resultados obtidos nas cirurgias de catarata em olhos submetidos à ceratotomia radial seguem padrões bem estabelecidos na literatura médica e agradam muito a maioria dos pacientes”, completa o Dr. Virgilio.

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