Avanços na cirurgia da catarata

Matérias Por Conexão Médicos - 08/03/23

A doença, que é a principal causa de cegueira reversível no mundo, não tem tratamento clínico. Mas os procedimentos cirúrgicos têm evoluído de maneira importante, inclusive com a instalação de lentes intraoculares multifocais.

Cada vez mais segura e eficiente, a cirurgia de catarata avança a passos largos, impulsionada por desenvolvimentos tecnológicos em diversas frentes. Anteriormente indicada para estágios avançados da doença, essa evolução tem permitido adotar o procedimento logo que a catarata começa afetar a qualidade de vida da pessoa.

“Trata-se de um ganho importante para o enfrentamento de um problema de saúde pública, associado principalmente ao envelhecimento. A idade avançada é o principal fator de risco para o desenvolvimento da catarata”, afirma a cirurgiã oftalmológica Dra. Myrna Serapião dos Santos, médica da rede credenciada da Amil.

Tradicionalmente, a cirurgia de catarata envolvia a substituição do cristalino por um artificial e transparente, devolvendo ao paciente a nitidez da visão. Com os avanços tecnológicos recentes, já é possível usar nesses procedimentos lentes intraoculares com graus multifocais que corrigem ou minimizam outros problemas, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, permitindo, muitas vezes, que o paciente deixe de usar óculos.

A oftalmologia também vem aperfeiçoando as técnicas cirúrgicas e se beneficiando dos novos equipamentos e tecnologias.

“No passado, a cirurgia implicava a substituição do cristalino danificado a partir de cortes de até 10 milímetros, onde eram instaladas lentes igualmente grandes para o padrão ocular. Nos anos 1990, ocorreu a grande revolução: a popularização da técnica que chamamos de facoemulsificação, método que, prescindindo da extração total do cristalino, permite instalar lentes maleáveis através de orifícios de apenas 3 milímetros, interferindo o mínimo possível na córnea”, explica a Dra. Myrna.

Segundo ela, a evolução contínua dos aparelhos tem levado essa revolução a novos patamares, aprimorando a forma como a facoemulsificação é praticada. A ponteira dos aparelhos facoelmusificadores utilizados na cirurgia de catarata, por exemplo, foi reduzida para cerca de 2 milímetros, exigindo orifícios na córnea ainda menores. Outros importantes ganhos de segurança e precisão vieram com o laser, usado para fazer os cortes na córnea e quebrar e emulsificar o cristalino opacificado, para que seja aspirado, seguido pelo implante da lente intraocular artificial.

Um dia após a cirurgia, o paciente já tem a visão praticamente em padrões normalizados e pode retomar as atividades profissionais em uma semana, desde que não envolvam grandes esforços físicos.

“Num país como o Brasil, que vive um processo de envelhecimento da população, precisamos estar preparados para enfrentar essa doença, que é mais incidente em pessoas acima dos 60 anos. Não existe ainda tratamento clínico para a catarata. Apesar das pesquisas em curso envolvendo medicações, no curto e médio prazo não deveremos ter uma mudança de paradigma de tratamento”, finaliza a Dra. Myrna.

Posts relacionados

Ver mais
.