Dermatologistas podem detectar doenças sistêmicas
Situação comum nos consultórios de dermatologistas, sintomas cutâneos ajudam a identificar males como lúpus, esclerodermia, síndrome de Sjögren, cânceres, tuberculose e sífilis.
Para muitos pacientes, consultas dermatológicas acabam funcionando como ponto de partida para a detecção e diagnóstico precoce de males sistêmicos. Isso porque, ao bater à porta desses especialistas em razão de sintomas cutâneos, eles acabam descobrindo fatores clínicos suspeitos que demandam avaliações e tratamentos que serão conduzidos por profissionais de outras especialidades médicas.
Entre as doenças sistêmicas mais comuns captadas pelo radar dos dermatologistas estão lúpus, esclerodermia, síndrome de Sjögren, síndrome de resistência à insulina e alguns tipos de câncer. “É comum eu fazer diagnósticos e encaminhamentos para endocrinologistas e reumatologistas, por exemplo”, conta a Cintia Rito Ferreira dos Santos, dermatologista credenciada da rede Amil. “Também já fiz vários diagnósticos de tuberculose por conta de urticárias, que poderiam ser tratadas erroneamente com antialérgicos. Teve casos identificados de tuberculose em que o paciente nem tossia ainda. Também está cada vez mais comum a detecção de pacientes com sífilis, que mimetiza várias doenças”, acrescenta ela.
A atenção dos dermatologistas para essa correlação entre sintomas dermatológicos e doenças sistêmicas é fundamental para conferir celeridade à identificação e início de tratamento das doenças. Segundo a Dra. Cintia, é crucial não subestimar sintomas, tampouco pegar atalhos explicativos.
“Não é incomum que determinados quadros clínicos sejam atribuídos a estresse quando, na verdade, estão relacionados a doenças do colágeno, Sjögren, lúpus e outras enfermidades reumatológicas. É preciso nunca negligenciar a queixa do paciente. O estresse deve sempre ser uma causa de exclusão. Ou seja, só pode ser cogitado depois que você já investigou todas as outras possíveis causas”, defende a Dra. Cintia.
Na opinião da médica, é importante que dermatologistas fiquem atentos a quaisquer sinais suspeitos de doenças sistêmicas que expressam sintomas na pele e encaminhem seus pacientes o quanto antes para o especialista mais indicado para cuidar do caso.
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