Diagnóstico precoce: a chave para a cura do câncer de próstata

Matérias Por Conexão Médicos - 08/03/23

Uma vez detectados quando ainda estão restritos à glândula, tumores podem ser eliminados de forma segura e efetiva por meio da prostatectomia radical.

Em um passado recente, chegou-se a cogitar que o rastreamento do câncer de próstata poderia resultar em diagnósticos desnecessários e acabar em intervenções de tumores indolentes que poderiam nem ser tratados. Nos Estados Unidos, essa percepção levou até à proibição de os cardiologistas solicitarem exames de PSA. A consequência foi o aumento de 28% de mortes específicas por essa doença no país, número comprovado por uma grande pesquisa divulgada há dois anos (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30824296/).

Hoje não restam mais dúvidas de que o diagnóstico precoce é fundamental no enfrentamento desse tumor, que é o mais comum entre os homens. Com o suporte de três exames que podem ser combinados em função das características clínicas de cada paciente – toque retal, dosagem de PSA e biópsia –, a detecção precoce aumenta para 90% as chances de cura.

“É importante contar com bons diagnósticos, particularmente quando os tumores ainda estão restritos à próstata. Ao identificar a doença nessa fase, conseguimos tratar e curar o câncer por meio da prostatectomia radical, o padrão-ouro para esses casos”, afirma o Dr. Luis Henrique Rodrigues Tanure, urologista e cirurgião da rede credenciada Amil.

Ele destaca que, além da cirurgia aberta e dos recursos laparoscópicos já bem consolidados, os pacientes contam com a prostatectomia radical robótica, alternativa que acelera o processo de recuperação cirúrgica e diminui os índices de complicações na comparação com os outros procedimentos, graças a recursos tecnológicos como visão 3D digital do sítio cirúrgico e movimentação precisa dos instrumentos cirúrgicos executados por mãos robóticas dotadas de oito movimentos. “Essa mão robótica tem o tamanho de um grãozinho de arroz, o que contribui para a preservação de estruturas”, frisa o Dr. Tanure.

Ainda não existem dados que demonstrem estatisticamente se, a médio e longo prazo, os procedimentos robóticos são melhores que as outras opções cirúrgicas. “Mas as vantagens práticas são evidentes. Você opera o paciente em um dia, dá alta no dia seguinte, cinco dias depois tira a sonda e em 15 dias o paciente está trabalhando”, pondera o especialista.

Segundo ele, seja qual for a modalidade, a prostatectomia radical é o caminho preferencial para a eliminação de tumores restritos à próstata, sendo que tratamentos não cirúrgicos, como radioterapia e hormonioterapia, ficam reservados para cânceres mais avançados. “A detecção precoce de tumores de próstata possibilita que o paciente seja curado de uma vez por todas a partir de um único tratamento”, resume o Dr. Tanure. “Do contrário, como estamos observando nos casos de indivíduos que retardaram o diagnóstico por conta da pandemia, serão necessários tratamentos mais complexos, mais caros, menos efetivos e que muitas vezes vão se prolongar pelo resto da vida,” completa ele.

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