Ela faz a diferença

Matérias Por Conexão Médicos - 08/03/23

A Dra. Margareth Dalcolmo foi escolhida como Personalidade do Ano em premiação promovida pelo Globo. Atuação no combate à Covid-19 e excelência na divulgação científica ganharam destaque.

Em agosto, a Profa. Dra. Margareth Dalcolmo, médica credenciada da linha Amil One (antiga One Health), foi eleita Personalidade do Ano no Prêmio Faz Diferença 2020, iniciativa do grupo Globo com apoio da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, onde também dá aula e assiste pacientes de protocolos de estudos e casos complexos em ambulatório terciário de tuberculose, ela foi reconhecida pelo extraordinário engajamento no combate à pandemia da COVID-19 e a aguerrida resistência a um inimigo tão perigoso quanto o novo coronavírus: o negacionismo científico.

Além dos consultórios, a Dra. Margareth atuou no front governamental em duas ocasiões. Junto com o Dr. Júlio Croda, então diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, trabalhou no grupo de especialistas que assessoraram o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Após demissão de Mandetta, foi chamada para ajudar a criar a política pública de enfrentamento da COVID-19 do Estado do Rio de Janeiro ao lado de outros especialistas, grupo de experts que se desfez em meio à crise política no governo estadual.

Contudo, foi como formadora de opinião e divulgadora de informações baseadas em evidências científicas que a Dra. Margareth realmente fez a diferença, acabando por ser reconhecida como uma exímia comunicadora. Basta ver a intensa participação em lives, debates virtuais e uma série de entrevistas a vários veículos de comunicação e o convite para tornar-se colunista do jornal O Globo. Essas são arenas públicas onde ela milita pela ciência desde o início da pandemia.

Nascida em uma família de juristas, quando criança sonhava ser diplomata, o que levou os pais a colocá-la desde cedo para aprender várias línguas (inglês, francês e espanhol, além do português). Agora, ela exerce aquilo que descreve como um talento: “desconstruir e reconstruir a complexidade da informação científica, fazendo com que seja algo palatável e compreensível pela opinião pública num momento em que informação de qualidade é fundamental”, ela explica.

Já no seu primeiro pronunciamento público sobre a COVID-19, uma live gravada no dia 12 de março de 2020 para um site médico de São Paulo, o Pneumoimagem, junto com o pneumologista Mauro Gomes, ela começou a fazer diferença. “Até aquele momento, eu não tinha a real dimensão do impacto das redes sociais. Mas, 48 horas depois, essa live, que fazia um resumo da experiência do grupo que assessorou o ex-ministro Mandetta no início da pandemia revisando os guidelines brasileiros, já tinha maias de 800 mil visualizações”, conta a Dra. Margareth, que foi recentemente eleita para assumir a presidência da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, para a gestão 2022-2024. No dia seguinte à sua manifestação pública, a Organização Mundial da Saúde decretou o estado de pandemia.

Esse também foi o momento em que ela recebeu o convite da Rede Globo para falar no dia 14 de março sobre a pandemia. Em abril tornou-se colunista do Globo. “Desde então, venho sendo chamada por várias redes, o que me dá a oportunidade de continuar divulgar tudo que nós estamos aprendendo sobre a COVID-19, uma doença que nos obriga a estudar e revisar conceitos permanentemente”, afirma. Segundo ela, que em maio foi infectada pelo vírus e chegou a fazer uma procuração orientando os familiares sobre o que gostaria que fosse feito se tivesse de ser intubada, o momento mais desafiador nesse processo todo ocorreu mesmo quando se deu conta de que o que iria acontecer no Brasil seria algo muito grave, percepção mais tarde comprovada pelos fatos.

A Dra. Margareth descobriu ainda que, se as redes digitais são tóxicas e favorecem a disseminação de notícias falsas e informações distorcidas, também são importantes para saciar a fome da sociedade por informações de qualidade, pautadas pelo rigor científico. Ela não se furta, inclusive, em dar notícias ruins, esquivando-se do papel de vendedora de ilusões. “Muitas vezes, vou a público dizer que não estou trazendo uma boa notícia”. Comprometida com os fatos, assume que seu dever é dar as boas e más notícias relacionadas à COVID-19.

Sobre ter sido escolhida a Personalidade do Ano pelo Prêmio Faz Diferença 2020, ela diz estar profundamente comovida. “Outras pessoas tiveram um papel muito mais relevante que eu o meu. Mas o fato de ser sido premiada – uma médica, mulher e alguém que desde o início se manifestou em público e nunca mais parou – me deixou muito emocionada”, confessa a Dra. Margareth.

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