A importância das redes de apoio e da saúde emocional

Matérias Por Conexão Médicos - 09/03/23

Pacientes com tumores de mama que contam com suporte de parentes e amigos aderem mais ao tratamento e apresentam melhores desfechos.

Cuidar da saúde mental e emocional das pacientes com câncer de mama é estratégico. Pesquisas científicas demonstram que pacientes emocionalmente equilibradas têm maior aderência ao tratamento, o que favorece os desfechos.

Como o principal apoio das pacientes vem da família e dos amigos mais próximos, é necessário que os médicos os integrem no tratamento. “Quando uma paciente vem sozinha para a consulta, eu brinco dizendo que gosto de consultório cheio”, conta a Dra. Luciana Boechat, mastologista da rede credenciada Amil, que enxerga parentes e amigos como aliados do tratamento. “Na minha sala de atendimento são três lugares para acompanhantes”, acrescenta.

Os integrantes da rede de apoio também contribuem para aprimorar a comunicação entre médico e paciente. “Sempre falo para minhas pacientes virem acompanhadas, porque duas pessoas que chegam com dúvidas são duas pessoas que saem do consultório com mais informações”, explica a médica. Segundo ela, muitas vezes a escuta do acompanhante é mais objetiva, o que o ajuda depois a esclarecer certas informações para as pacientes.

“Procuro sempre elogiar o acompanhante, valorizando sua vinculação ao tratamento. É importante que ele entenda que sua participação é crucial. O que mais frustra uma pessoa é se ver sozinha diante de um problema. Faz toda a diferença quando tem alguém do lado apoiando e estimulando sua resolução”, acrescenta.

Além de oferecer apoio emocional, parentes e amigos também podem contribuir no dia a dia, uma vez que muitas pacientes precisarão fazer adaptações na sua rotina por conta do tratamento. Quanto mais informada e bem preparada estiver essa rede, melhor será o suporte que ela oferecerá.

Sobre o quesito informação, a Dra. Luciana ressalta a importância de as pacientes e sua rede de apoio contarem com boas fontes de conteúdos. “Muitas pacientes já chegam informadas sobre o tratamento de outras mulheres ou sobre como elas reagiram. Isso dá a elas um maior empoderamento, mas também exige dos médicos atenção para verificar a credibilidade das fontes de informação”, adverte, lembrando que os médicos devem atuar como os curadores dessas informações.

“Oriento minhas pacientes a se basearem em fontes fidedignas e credenciadas, como sites de instituições cientificamente autorizadas, como o Americas Centro de Oncologia Integrado aqui do Brasil ou o National Cancer Institute dos Estados Unidos”, exemplifica. “Também é muito comum eu receber links ou textos impressos de pacientes que solicitam esclarecimentos sobre as novidades do tratamento do câncer. Precisamos estar sempre muito bem preparados para responder a todas essas demandas”, finaliza a Dra. Luciana.

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