Lúpus: expertise vascular também é importante no enfrentamento da doença
Doenças autoimunes muito frequentemente provocam problemas vasculares, exigindo que especialistas da área atuem em sinergia com reumatologistas e outros especialistas, de acordo com a necessidade de cada paciente. É o caso, por exemplo, do lúpus eritematoso sistêmico (LES), doença inflamatória que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, incluindo vários tipos de vasos. O resultado são doenças vasculares secundárias, que demandam diagnósticos e tratamentos rápidos e efetivos.
Não é incomum que angiologistas e cirurgiões vasculares recebam pacientes que buscam tratamentos de problemas vasculares derivados do lúpus, como o fenômeno de Raynaud e a esclerodermia, que afeta o tecido conjuntivo. “Ocorre, porém, que muitas vezes as pessoas busquem cuidados para esses problemas secundários com o quadro já bastante agravado. Elas poderiam e deveriam chegar até nós bem antes”, diz o Dr. Pablo Pampin, angiologista e cirurgião vascular, credenciado da rede Amil.
Outros quadros vasculares associados ao lúpus são a síndrome de CREST (calcinose, fenômeno de Raynaud, alteração da motilidade esofágica, esclerodactilia, telangiectasias), caracterizada por dedos lisos no formato de salsicha, e a síndrome de Sjögren, doença autoimune manifesta principalmente pela secura ocular, na boca e na vagina.
“Em doenças autoimunes como o lúpus, há uma série de sinais que indicam que os pacientes devem ser encaminhados para especialistas vasculares. Um deles são pulsos com pressão arterial diferente ou com arritmias, sintomas muito comuns também na arterite de Takayasu. Nesses casos, a investigação será complementada com Doppler e outros exames de imagem. No lúpus, também são necessários exames de marcadores sorológicos (FAN)”, explica o Dr. Pablo, lembrando que angiologistas e cirurgiões vasculares também podem promover investigações para excluir a possibilidade de outras doenças, como problemas na carótida e nas artérias do rim.
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