Tratamento do diabetes tipo 2 também pode ser cirúrgico

Matérias Por Conexão Médicos - 10/03/23

Indicação é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, que a recomenda para pacientes com Índice de Massa Corporal entre 30 e 34,9 que tenham diabetes tipo 2 de difícil controle clínico.

O avanço gradativo da cirurgia bariátrica lançou luz para um fato: ela é efetiva para tratar o diabetes tipo 2 até em pacientes que não têm indicação ao procedimento por conta da obesidade em graus elevados. A descoberta modificou inclusive o conceito da cirurgia metabólica, que se diferenciou da cirurgia bariátrica, focando especificamente na mudança do quadro metabólico do paciente.

“A constatação se deu a partir do trabalho do cirurgião norte-americano Walter Pories. Ainda nos anos 1980, ele observou que a cirurgia bariátrica tinha um impacto significativo na melhora ou remissão do diabetes tipo 2, mesmo que à época não houvesse explicação para o fato”, conta o Dr. José Afonso Sallet, especialista em cirurgia bariátrica e metabólica e médico de referência da Amil.

A partir de 2005, uma profusão de estudos foi produzida para esclarecer essa relação: o intestino, alvo das intervenções de alguns tipos de cirurgia bariátrica, funciona como uma usina de hormônios, como o GLP-1 e o PYY, que atuam tanto na obesidade como nas doenças metabólicas, entre elas o diabetes.

Isso explica porque uma cirurgia clássica como o bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal) em pacientes com menos de 10 anos de diagnóstico de diabetes tipo 2 ainda não insulinodependentes favorece, em apenas dois meses, a remissão da doença em 90% das pessoas operadas, livrando-as do uso de medicações.

“Diminuindo o peso do paciente com esse tipo de cirurgia, diminui a resistência periférica à insulina”, explica o Dr. José Afonso. “Outro fator preponderante é que a derivação intestinal estimula a produção do hormônio GLP-1, que atua na queima do açúcar”, acrescenta.

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