Uso ético das mídias digitais beneficia médicos e pacientes

Matérias Por Conexão Médicos - 10/03/23

Usuária desses recursos, a Dra. Ana Seki destaca a importância desses meios para os profissionais divulgarem seu trabalho e levarem informações corretas para a população.

Os canais de comunicação digital – portais, sites, redes sociais, aplicativos de mensagens etc. – vêm mudando a forma como profissionais dos mais diversos setores se relacionam com seus públicos. Para médicos, assim como para a área de saúde de forma geral, a utilização dos novos recursos é especialmente relevante.

O tema é marcado por uma divisão nítida entre os que aderiram e os que preferem manterem-se afastados dos meios digitais. “Muitos profissionais da minha geração, formados na década de 1980, não se deram conta de que, se bem utilizadas, as mídias digitais são ferramentas valiosas. Facilitam a nossa atualização com excelentes conteúdos disponíveis online e a nossa apresentação aos pacientes, além de ajudar com a divulgação de informações corretas e combate às fake news”, afirma a Dra. Ana Silvia Seki, uroginecologista da rede Amil.

A médica tem dois sites: um em seu nome e outro de sua clínica. Também está em portais específicos da área, como o Doctoralia. “Essa exposição ajuda o paciente na escolha do profissional que melhor pode atender ao seu problema e às suas expectativas. Eu mesma utilizo essas mídias para procurar e conhecer médicos de outras especialidades”, relata.

A Dra. Ana também leva informação confiável com vídeos e calendário de vacinação feminina disponibilizados no site de sua clínica, contribuindo também para desfazer inverdades, como as fake news que dizem que mulheres que já foram infectadas pelo HPV ou têm mais de 25 anos não precisam tomar a vacina.

“As fake news são realmente problemáticas. Vi recentemente no consultório um movimento forte antivacina, baseado em falsas notícias segundo as quais as vacinas são prejudiciais para a saúde. Vacinas salvam vidas e, sem elas, talvez nem estivéssemos aqui”, afirma a médica.

Outro tema de atenção na sua área é o aumento de casos de doenças sexualmente transmissíveis, sobretudo sífilis e gonorreia. Segundo ela, isso tem relação com um arrefecimento dos cuidados contra o HIV/AIDS e tantas outras ISTs. “As pessoas passaram a achar que a infecção por HIV não é mais uma doença tão séria e pararam de usar preservativo. É preciso utilizar o poder das mídias digitais para combater ideias equivocadas como essa”, destaca a Dra. Ana.

Regras e críticas

A forma de exposição dos médicos nos canais digitais é foco de normas do Conselho Federal de Medicina (CFM). Entre elas, está a proibição de postar conteúdo apelativo, como vídeos de cirurgias, ou de expor o paciente, o que já foi regulamentado pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). As normas do CFM abordam, ainda, o uso de aplicativos de mensagens entre médicos e pacientes, assim como as ações de publicidade para evitar falsas expectativas dos pacientes, entre vários outros temas.

“As mídias digitais são ferramentas com potencial de beneficiar médicos e pacientes. É muito importante estar presente, mas de forma adequada, com ética e elegância, é claro”, diz a médica.

E as críticas? Junto com a exposição do profissional e do seu trabalho, há também a possibilidade de receber críticas, que podem ser justas ou não; educadas ou não. “Sempre vai haver um paciente que não gostou do medicamento, do tratamento, do resultado ou do próprio profissional”, afirma a Dra. Ana. “Por isso, é necessário manter uma relação de proximidade com os pacientes para identificar o problema e tentar saná-lo antes que chegue ao mundo virtual. Mas é preciso entender que críticas fazem parte do trabalho e da presença no mundo digital”, completa ela.

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