Muito prazer, Dr. Nelson Vinicius Gonfinetti

Perfil Por Conexão Médicos - 26/09/23

 Como muitas crianças, o Dr. Nelson sonhava ser médico. Mas ao contrário da maioria, já tinha até a especialidade de sua escolha: Endocrinologia. Com quase 40 anos de profissão, segue fascinado pela área e sempre mergulhado em estudos para manter-se atualizado. Em seu consultório, predominam os casos de obesidade, diabetes e doenças da tireoide. São pacientes aos quais dedica dois elementos que fazem a diferença no cuidado: conhecimentos técnicos e atendimento individualizado e humanizado. Além da atividade médica, outra paixão é a leitura. Sua biblioteca tem cerca de 1.500 obras, como ele conta nesta entrevista em que fala desses e de outros assuntos. Confira.

Por que optou por se especializar em Endocrinologia?

Eu me formei em 1984, na Faculdade de Medicina da Universidade Sul Fluminense de Vassouras. Fiz dois anos de residência em Clínica Médica no Hospital Brigadeiro, em São Paulo, e depois Endocrinologia nessa mesma instituição. Tudo isso entre 1985 e 1989. A Endocrinologia era um sonho de infância. Sou de uma família simples, filho de pai bancário e mãe servidora pública. Sou o primeiro e ainda o único médico da família. Mas eu sabia que queria ser médico e queria ser endocrinologista. Tinha vontade de entender o que acontecia no corpo humano. Sou professor de pós-graduação e sempre falo para meus alunos que temos quatro pilares na Medicina: Anatomia, Fisiologia, Clínica e Endocrinologia. Depois dos quase 40 anos de profissão, estou extremamente feliz com minha opção, e aposentadoria não me passa pelo horizonte.

Quais os principais problemas que levam os pacientes a procurá-lo?

O excesso de peso é o mais comum, um problema que não tem uma cura e exige sempre acompanhamento médico, levando muito em consideração o aspecto psicológico dos pacientes. Em segundo lugar, vêm os casos de diabetes, um conjunto variado de doenças que recebem o mesmo nome, mas são diferentes umas das outras. A arte está em descobrir qual é o tipo de diabetes a ser tratado. Em terceiro lugar, são as doenças da tireoide. Desde que me formei, atendo tanto adultos como crianças.

Que diferenciais considera importantes no atendimento dos seus pacientes?

Em primeiro lugar é a humanização. Coloco-me sempre na posição do paciente, pensando em como eu gostaria de ser atendido e o trato desse mesmo modo. Creio que um dos meus diferenciais é não considerar que a medicina é algo automático. Ao contrário, ela deve ser sempre praticada de forma personalizada. O paciente é uma pessoa e, independentemente do problema que tenha, sempre chega ao consultório procurando ajuda. Sinto muita satisfação pelo fato de ter pacientes fiéis ao longo desses anos todos. Tenho pacientes que acompanho há mais de 20 anos.

Tem algum marco especial em sua carreira?

Creio que o mais importante são os elogios, a gratidão e o reconhecimento dos meus pacientes e dos demais públicos de relacionamento. Tenho reconhecimento dos planos de saúde, do Conselho Regional de Endocrinologia e das sociedades médicas da especialidade às quais sou ligado. A medicina se aprende dia a dia, pois ela se atualiza constantemente. Um traço reconhecido da minha carreira é estar em constante atualização, sempre em dia com a tecnologia e os novos conhecimentos médicos.

 Qual seu segredo para relaxar e manter uma vida saudável?

É fazer o que eu gosto. Podemos dividir as coisas entre aquelas das quais gostamos e as que não gostamos e analisar quanto tempo dedicamos a cada uma. Eu, graças a Deus, não me lembro de algo que eu não faça com gosto. E esse prazer é tanto na medicina como na minha vida pessoal

Pode contar uma curiosidade sobre você que poucos conhecem?

Tenho dois grandes prazeres: o vinho e o charuto. Moderação é uma virtude.

Tem um filme preferido?

Tem dois filmes que me marcaram: “Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard)” e o musical “Chicago”. Entre os cineastas, gosto do Woody Allen. Já o gênero cinematográfico depende do meu humor. Se estou mal-humorado, precisa ser uma comédia; se estou bem-humorado, precisa ter certa profundidade.

E livro?

Tenho na minha biblioteca cerca de 1.500 livros.  Os relacionados com a filosofia da Jean-Paul Sartre e sua esposa, Simone de Beauvoir, estão entre meus favoritos.

Que tipo de música prefere?

Gosto de música boa. Se tiver qualidade e conteúdo, pode ser qualquer estilo. Pode ser clássica, eletrônica ou MPB.

Qual foi sua melhor viagem?

O local que me trouxe mais energia positiva foi o deserto do Atacama, no norte do Chile. Já visitei duas vezes e é incrível e único. A viagem que fiz há dois anos para Dubai, Singapura, Tailândia e Malásia também me marcou muito, por conta da diversidade de culturas e por ter possibilitado conhecer tantas coisas diferentes. Vou refazer essa viagem no final deste ano, adicionando a Turquia.

Tem um sonho de consumo?

Meu sonho de consumo é uma lancha. Adoro o mar. Tenho apartamento em Itanhaém e, se dependesse de mim, estaria lá todo final de semana. Ele tem vista para praia e aquele barulho de mar não me cansa. Eu digo: “o mar é de graça”.

Qual característica mais admira em uma pessoa?

A autenticidade, a pessoa ser exatamente aquilo que ela é.

Qual qualidade própria mais valoriza?

Minha discrição.

Tem algum ídolo?

O Dr. Bernardo Leo Wajchenberg, um endocrinologista que foi o maior entre os médicos brasileiros dessa especialidade. Tive o prazer de ter sido amigo dele e seu aluno na pós-graduação.

Se não fosse médico, o que seria?

A medicina é para mim o que eu vivo e o que eu faço. Gosto de exercê-la e com muito prazer. Mas, se não fosse médico, teria alguma atividade relacionada a arte. Fiz dois anos de curso sobre a História da Arte no Masp (Museu de Arte de São Paulo) e tenho uma pequena coleção de obras de arte moderna.  Um crítico eu já sou (risos), mas talvez fosse um crítico de arte, mas sem habilidade para criar.


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