Muito prazer, Dr. Raimundo Nunes

Perfil Por Conexão Médicos - 25/04/23

Formado em Medicina em 1978 pela Universidade Federal do Pará, o Dr. Raimundo veio fazer internato e especialização em São Paulo, onde fincou raízes e construiu sua carreira como ginecologista e obstetra. Dono da clínica que leva o seu nome, com duas unidades na capital paulista, ele se orgulha de iniciativas pioneiras, como o bem-sucedido modelo de atendimento multidisciplinar de mulheres grávidas, combinando as expertises de obstetrizes e dos médicos. Nesses anos de jornada profissional, também coleciona feitos curiosos, como um parto de quíntuplos frutos de gravidez natural. Na vida extra-consultório, curte os fins de semana na praia e a pesca no mar. Esses são alguns temas que ele aborda nesta entrevista. Confira.

 

Por que optou pela área de Ginecologia e Obstetrícia?

Essa história é engraçada. Quando vim do Pará para São Paulo fazer meu sexto ano de faculdade no internato no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, pensava em fazer Gastroenterologia. Mas logo conheci um ginecologista que me levava para acompanhar seus procedimentos e ele falou o seguinte: ‘Raimundo, a gastro é mais difícil para trabalhar. Na ginecologia você terá muito mais espaço’. Prestei atenção ao que ele disse, acabei concordando e dediquei minha vida à Ginecologia e Obstetrícia.

Quais os principais problemas que levam as pacientes a procurá-lo?

A lista é bem grande. Entre os destaques estão leucorreias e suas complicações, dor pélvica, alterações da menstruação e gravidez quando ela já está diagnosticada. Têm também mastalgias e presença de nódulos nas mamas, dores durante a relação sexual ou durante o ciclo menstrual, dismenorreias... Esses são os principais, mas existem muitos outros problemas. Eu ficaria mais uns 10 minutos falando para citar todos.

Que diferenciais considera importantes no atendimento de suas pacientes?

Nas duas unidades de minha clínica na capital paulista, atendemos em média 2.500 mulheres por mês. Elas encontram ali boas instalações, equipes qualificadas, ótimo atendimento e resolutividade para seus problemas. Com isso, acabam fazendo aquela propaganda boca a boca que nos permite atingir esse volume de atendimento. Trabalham na clínica 22 médicos especialistas em ginecologia e obstetrícia e uma equipe de obstetrizes que são suporte no acompanhamento pré-natal. Esse é um dos nossos diferenciais.

Qual o papel das obstetrizes?

As obstetrizes fazem o primeiro atendimento das mulheres no acompanhamento do pré-natal. Fazem anamnese, alguns exames físicos, esclarecem dúvidas... Só após essa primeira consulta as pacientes são encaminhadas para nossos médicos, que contam com a parceria desse time especializado (leia “Médicos+obstetrizes = melhor atendimento às gestantes”).

Tem algum marco especial em sua carreira?

Há dois casos na minha vida profissional que marcaram muito. O primeiro ocorreu há cerca de 30 anos, quando estava de plantão no Hospital Dom Silvério Gomes Pimenta (hoje Hospital São Camilo). Chamaram-me no Pronto-Socorro para atender uma grávida de sete meses e meio que fora baleada. Subi para o centro cirúrgico puxando a maca junto com o anestesista. Chegando lá, pedi um bisturi para fazer uma cesariana post mortem, algo raríssimo de ocorrer. O bebê sobreviveu, e eu esperava que desse um boom na minha vida profissional. No outro dia aparece no jornal algo assim: “Grávida é baleada e morre, mas cesariana é feita e criança passa bem”. No entanto, não citaram meu nome na matéria. Foi uma decepção. Há cerca de cinco anos, voltei às manchetes quando fiz um parto de quíntuplos. A mulher, que era de Santos, havia procurado vários médicos nessa cidade do litoral paulista, mas todos disseram que não havia infraestrutura local que oferecesse garantia para esse tipo parto. Ela veio para São Paulo e me indicaram. Na época, eu era chefe da Ginecologia do Hospital e Maternidade Sepaco. Aceitei o desafio. Um dos bebês estava em condições mais frágeis, correndo risco de ir a óbito, o que deixou a situação mais complicada. Mas nos cercamos de tudo o que era mais moderno e eficiente. Os cinco bebês, frutos de uma gravidez natural (ela havia tomado apenas um indutor de ovulação), nasceram bem, e o parto ganhou notoriedade. Acabei sendo entrevistado por várias celebridades, entre elas a Ana Maria Braga, o que acabou dando muita visibilidade para a clínica. 

Qual seu segredo para relaxar e manter uma vida saudável?

Tenho uma casa da praia, na Barra do Sahy, litoral norte de São Paulo, para onde vou quase todo final de semana. Lá faço caminhadas na praia. Também tenho bons amigos – poucos, mas ótimos. Costumamos nos encontrar nos finais de semana, quando não estou na praia. Vamos no domingo a um barzinho para tomar um aperitivo e jogar conversa fora por volta de 12h até 13h30. Depois volto para casa para almoçar. Tudo isso é muito relaxante para mim.

Pode contar uma curiosidade sobre você que poucos conhecem?

Gosto de pescar no mar. Gosto de linhada e de sentir o peixe na mão. 

Tem um filme preferido?

Um de um dos meus preferidos é Vestígios do Dia, com Anthony Hopkins no papel principal. É um filme que conta uma história incrível, misturando amor e acontecimentos extraordinários. Marcou-me muito.

E livro?

Meu foco são livros e textos de medicina.

Que tipo de música prefere?

Meu músico preferido é Barry White. Fui até ao show dele quando ele se apresentou no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Mas isso faz tempo. Foi em 1982.

Qual foi sua melhor viagem?

Quase sempre a nossa melhor a viagem é a última que a gente fez. Há um ano e meio, visitei com a minha esposa a Costa Amalfitana, na Itália. Foram junto conosco minha filha e o marido que moram em Londres. Foi muito bom. Gosto de comer bem, tomar um bom vinho e adoro novidades. Nessa viagem, nós quatro fomos até a Grécia também.

Tem um sonho de consumo?

Tenho uma família estruturada. Uma esposa e três filhos profissionalmente bem-sucedidos – um médico e uma médica especializados em ginecologia e obstetrícia e uma advogada, a filha que mora em Londres. Tenho uma vida ótima. Consegui com meu trabalho tudo que gostaria de ter. Meu sonho talvez fosse ganhar na Mega-Sena um jogo superacumulado (risos).

Qual característica mais admira em uma pessoa?

O caráter. Geralmente pessoas que têm bom caráter bom são bem-sucedidas.

Qual qualidade própria mais valoriza?

Sou íntegro, sério e correto.

Tem algum ídolo?

Não tenho ídolos. Os ídolos acabaram, né? Cada vez que você procura saber mais sobre as pessoas acaba se decepcionando. O que a gente vê no mundo político mostra isso.

Se não fosse médico, o que seria?

Não me imagino fazendo outra coisa. Fui para a medicina porque perdi meu pai muito cedo. Ele morreu com câncer de duodeno quando eu tinha 15 anos. Em função disso, sempre quis fazer medicina para poder ajudar as pessoas a terem uma boa qualidade de vida e viverem mais.

 

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