Muito prazer, Dra. Luciana Boechat

Perfil Por Conexão Médicos - 08/03/23

Mastologista da rede credenciada Amil, a Dra. Luciana é uma apaixonada pela especialidade que escolheu. Além de buscar a melhor estratégia de tratamento para cada paciente, ela acredita que a humanização também faz parte da abordagem de cuidado individualizado. “Você nunca trata somente a paciente. Você cuida de uma mulher e, geralmente, cuida junto de uma família”, diz ela. Fora da atividade profissional, curte viajar, adora MPB e se confessa uma “maratonista” de Netflix, capaz de esquecer as horas ao assistir a um filme ou seriado. Confira a entrevista.

Em que ano se formou?

Em 2002, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Onde nasceu?

Sou de São Gonçalo (RJ).

Por que se tornou médica?

Sempre tive esse traço de ajudar os outros. Se vejo alguém precisando de socorro, já me voluntario, não precisa pedir. A medicina responde muito nesse sentido, e a Mastologia é uma área muito gratificante, pois permite excelentes resultados no tratamento do câncer. Mas você nunca trata somente uma paciente. Você cuida de uma mulher, e geralmente cuida junto de uma família. Ela é sempre a mãe de alguém, o amor de alguém.

Como enxerga o mercado e a profissão médica atualmente?

Sempre existe espaço para gente boa, mesmo em um mercado cada vez mais competitivo. Mas também vejo que há espaço para mais acolhimento e empatia. A demonstração de um pouco mais de emoção e compaixão é até uma forma de o médico se diferenciar. Esses, aliás, são elementos que chamam atenção no meu atendimento. Brinco com minhas pacientes que sou muito ‘fofoqueira’, pois converso muito com elas. Eu sei o nome do marido, dos filhos, o que cada um faz. Essa também é uma forma de personalizar o tratamento. Acho que está faltando isso na medicina atual.

Qual seu desafio diário?

Ontem eu estava lendo um texto que falava sobre a importância de fazermos uma retrospectiva ao final do dia para verificar o que poderíamos ter feito melhor. Eu sigo por aí. Quando chego ao final do dia, penso: ‘o que eu poderia ter feito melhor ou o que eu não fiz que poderia ter feito?’. Somos todos seres humanos sujeitos a falhas. Mas podemos estar mais atentos ao que fazemos e prontos para uma autocrítica.

Pode contar uma curiosidade sobre você que poucos conhecem?

Sou uma ‘maratonista’ de Netflix – filmes e seriados. Às vezes, quando conto que já assisti a uma série toda, as pessoas perguntam: a que horas você fez isso? Eu nem sei. Mas sou daquelas que começa a ver um filme e vai até o final, mesmo que seja horroroso.

Tem um filme preferido?

Adoro “E o vento levou”, que é um clássico. Amo de paixão. Mas tem muitos outros filmes de que eu gosto, como o “Extraordinário”, em que a atriz Julia Roberts vive Isabel Pullman, a mãe de um garoto que nasceu com uma deformidade facial. A história é linda.

E livro?

“Seus Pontos Fracos”, de Wayne Dyer, um livro que li quando era adolescente. Nele tem uma passagem que eu guardo até hoje: quem sofre antes sofre duas vezes. É algo que eu falo sempre para minhas pacientes, lembrando que não faz sentido sofrer por antecedência. Às vezes, as pessoas nem começam o tratamento e já sofrem antecipadamente, sem mesmo ter certeza sobre o que acontecerá no futuro. Kahil Gilbran, que escreveu “O Profeta”, é outro de meus autores preferidos.

Que tipo de música prefere?

Gosto de música popular brasileira, todos os artistas da MPB.

Qual foi sua melhor viagem?

Gosto muito de viajar, até porque meu marido é piloto. Viajamos bastante. Eu amei, por exemplo, Dubai e Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos. Abu Dhabi foi bem marcante. Lá, fomos à maior mesquita do mundo. É lindíssima, tem uma energia muito boa. Mas, para viajar comigo tem que ter muita emoção. Já peguei a maior nevasca de Washington. Fiquei presa em Vermont, em uma estação de esqui, o que acabou sendo uma experiência bem legal. Também fiquei presa em Cancún por conta do furacão Wilma, ficando num abrigo sete dias atuando como médica e ajudando as outras pessoas. Na ocasião, a população da cidade foi retirada para o interior. Viajar é incrível. Você pode me chamar para ir para qualquer lugar que eu vou.

O que não pode faltar em sua geladeira?

Chocolate e Coca zero. Era algo para nem colocar nessa entrevista (risos).

Tem um sonho de consumo?

Como mãe, quero que minha filha, que está com nove anos, cresça muito feliz.

Qual a característica que mais admira em uma pessoa?

A palavra, ou seja, o caráter.

E a que mais abomina?

De uma forma geral, uma pessoa que não tem compaixão ou cuidado com o próximo. A indiferença de ver alguém sofrendo e não fazer nada.

Qual qualidade própria mais valoriza?

Empatia. Gosto muito das pessoas e também confio muito nelas. Também valorizo meu senso de responsabilidade, até porque sou militar. Sou chefe da Mastologia no Hospital Central da Aeronáutica. De tempos em tempos, vou com meu marido, que também é militar, à escola na qual ele se formou. Lá tem um código de honra fixado na parede. Certa vez perguntei o que era aquilo. Ele respondeu que todos sabiam o que tem de fazer. Por exemplo, não precisava de ninguém tomando conta enquanto as provas eram feitas. Todo mundo sabia que tinha de estudar, e a prova seria resultado desse estudo. Eu tenho esse senso responsabilidade.

Mudaria algo na sua personalidade?

Apesar de ser magrinha, eu mudaria minha dieta. Não tomaria Coca-cola e comeria menos chocolate (risos).

Tem algum ídolo?

Pode parecer piegas, mas é Jesus.

Se não fosse médica, o que seria?

Juíza.

Qual recado daria a um estudante de medicina?

Às vezes, vejo muita pressa em ganhar dinheiro e pouca pressa para aprender. A gente aprende a vida toda, mas especialmente no começo é fundamental uma boa formação. Quando vejo residentes que dão vários plantões e chegam arrasados na residência, falo para eles que aquele é o momento em que precisam aprender a fazer, pois, quando terminarem aquele ciclo, as pessoas vão cobrar que façam aquilo ainda mais bem feito. É preciso se dedicar bastante à formação. O dinheiro virá como consequência de uma formação bem feita.

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