Perfil – Dr. Carlos Japhet

Perfil Por Conexão Médicos - 29/03/23

Muito prazer, Dr. Carlos Japhet 


Especialista em Cardiologia pela SBC/CFM/AMB com atuação em Cardiologia Clínica e em Cardiologia da Mulher, com ênfase no cuidado de gestantes de alto risco, o Dr. Japhet é gestor da Cardiologia e da área de Relacionamento Médico do Hospital Santa Joana de Recife, da rede Americas. Também é concursado do Hospital Barão de Lucena, unidade do setor público focada no atendimento materno-infantil, e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Regional Pernambuco. Casado, com seis filhos e dois netos, gosta de curtir a família e também reserva tempo para as atividades físicas. Com 59 anos, tem fôlego para correr 10 km em 1h10m. Confira a entrevista em que ele fala da vida profissional e conta curiosidades pessoais, como ser um colecionador/acumulador contumaz.


Por que optou pela Cardiologia e em especial pela Cardiologia da Mulher?


Desde criança sou apaixonado por Medicina. Imagine que eu gostava de brincar de carro de polícia e de ambulância! Desde então, já estava certo na minha cabeça que eu seria médico quando crescesse. A Cardiologia me fisgou durante o curso de graduação na Universidade de Pernambuco e me apaixonei pela especialidade. Quando comecei a trabalhar com gestantes cardiopatas lá no início da carreira, atuando na área da cardiopatia e gestação e hoje em cardiologia da mulher, decidi me dedicar a isso. Também atuo na área de Ergometria, tanto no teste ergométrico convencional como na cintilografia do miocárdio - estresse físico ou farmacológico.


Como enveredou para a área de Gestante de Alto Risco?  


Há 32 anos comecei trabalhar com gestantes de alto risco no IMIP – Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira e me encantei. Acho fascinante e recompensadora a integração da Cardiologia com Obstetrícia. Considero uma área nobre da medicina, o que me levou à especialização em Cardiologia da Mulher e Gestação de Alto Risco. É um segmento bem carente de especialistas, cenário que se mantém atualmente. Fui um dos pioneiros da área no Estado, principalmente no IMIP, onde atuei por 31 anos, e no Hospital Barão de Lucena, onde ainda atuo, desenvolvendo um trabalho do qual muito me orgulho. 


Quais os principais problemas que levam os pacientes a procurá-lo?


Em cardiologia clínica geral, o maior problema hoje é hipertensão arterial devido aos hábitos de alimentação, sedentarismo e estresse, comuns no mundo moderno. Também faço muita avaliação cardiologia pré-operatória, principalmente de mulheres, que são as que mais se submetem às cirurgias estéticas, ou por patologias diversas. Há, ainda, muitos casos de colesterol elevado e diabetes, além da doença coronariana, que leva ao quadro de insuficiência cardíaca. Atendo tudo, mas especificamente me dedico à cardiologia da mulher, que é ampla e vai além da gestação. É importante o acompanhamento das mulheres em todas as fases da vida, especialmente no climatério, quando aumenta o risco cardiológico para elas. Já na gravidez, os casos de alto risco costumam ser principalmente de cardiopatias e pré-eclâmpsia.


Quais diferenciais considera importantes no atendimento de seus pacientes?


O acolhimento é fundamental. É preciso saber ouvir o paciente e valorizar cada detalhe que ele nos transmite. A medicina precisa voltar a valorizar e praticar esse atendimento pessoal, com envolvimento do médico. Estamos trabalhando com residentes para destacar esse outro lado da medicina. Ser médico não é só pedir exames. É preciso examinar, ouvir, conversar, acolher, dar atenção. São ações importantes e que muitas vezes “curam” as pessoas. 


Tem algum marco especial em sua carreira?


Considero-me um vitorioso por todas as dificuldades que enfrentei na vida. Por exemplo, consegui o 11º lugar no vestibular, vindo do interior do Estado de Pernambuco, onde residia e estudava, sem ter tido a possibilidade de fazer um cursinho preparatório. Mas acho que o grande marco foi quando decidi ser médico e, mais tarde, cardiologista, o que me permite fazer o que amo com muito carinho e afinco: servir e cuidar das pessoas. Trabalhar é meu hobby.


Qual seu segredo para relaxar e manter uma vida saudável?


Meu recanto de paz é minha casa na Ilha de Itamaracá, que chamo de “ilha encantada”. É onde recarrego minhas energias em contato com o mar e o sol daquela praia fantástica. Adoro sair de lancha e ficar nas ilhotas que surgem quando a maré está baixa. Também gosto muito de fazer um churrasco e de praticar atividade física. Faço academia com um personal trainer que me acompanha há mais 10 anos, além de corrida de rua. Estou sempre me exercitando. Com 59 anos, consigo fazer 10 km em cerca de 1h10. Atividade física melhora tudo. Sou fã, pratico e recomendo aos meus pacientes. E adoro fazer amigos!


Pode contar uma curiosidade sobre você que poucos conhecem? 


Sou um grande acumulador/colecionador. Tenho uma área em casa repleta de objetos. Isso é sempre tema de debate com minha esposa, que pede para eu me desfazer. Mas eu resisto, porque são de valor sentimental, e digo que quero mostrar para meus netos. Por exemplo, guardo um bip da época do meu trabalho de recém-formado, tenho coleção de crachás de todos os congressos dos quais participei, as medalhas de todas as corridas que fiz – aliás, falta a São Silvestre, que planejo fazer em breve. São objetos que guardam uma história, a minha história. Também coleciono tudo o que é relacionado com o Náutico, o time da minha paixão na alegria e na tristeza. Outro dia vi um estandarte do Náutico em um mercado e comprei. Também fazia coleção de carrinhos de miniatura, mas meus netos estão se apossando e hoje tenho poucos.  


Tem um filme preferido?


Vou muito pouco ao cinema, principalmente depois da TV por assinatura e Netflix. Assisto a filmes eventualmente e prefiro os de aventura.


E livro?


Com tantas publicações de estudos online para atualização na minha área da medicina, sobra pouco tempo para ler. Também estou terminando uma pós-graduação em Excelência na Gestão da Saúde. Então minha leitura é voltada totalmente ao aprimoramento na área assistencial e de gestão.


Que tipo de música prefere?


Música popular brasileira tradicional. Gosto muito de Fagner, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Reginaldo Rossi. Cada um no momento certo. 


Qual foi sua melhor viagem?


Fascina-me viajar para Europa. Viajo para conhecer as cidades, não para consumir. Algumas cidades são especiais e voltarei quantas vezes tiver oportunidade, como Roma, Paris, Madri e Barcelona. São lugares fantásticos e mágicos. 


Tem um sonho de consumo?


Meu grande sonho é conhecer o outro lado do mundo, lugares aos quais não fui ainda, como Ásia e Austrália. Enfim, quero conhecer o mundo todo.


Qual característica mais admira em uma pessoa? 


Honestidade e lealdade são as mais importantes para mim. Você pode ter a característica que tiver, mas se for uma pessoa leal e honesta pode contar comigo que serei seu amigo. Seja rico ou pobre, acima de tudo seja leal e honesto, é isso que digo aos meus filhos.


Qual qualidade própria mais valoriza?


Exatamente lealdade e honestidade. Quem é meu amigo sabe que sou leal e verdadeiro em quaisquer circunstâncias. Também sou muito trabalhador e dedicado aos meus pacientes.


Tem algum ídolo? 


Somos uma família religiosa e de muita fé. Meu ídolo é Jesus. Se você quiser conversar, ele sempre vai te escutar. Conto tudo o que faço e agradeço por tudo. A fé é muito importante na vida. 


Se não fosse médico, o que seria?


Nunca tinha pensado nisso, mas provavelmente seria administrador de empresa. Sou muito organizado e planejo tudo com antecedência, o que me torna mais produtivo. Gosto de pensar estrategicamente e criar metas, características importantes de um bom gestor. 
 

Posts relacionados

Ver mais
.